Existe ética no futebol Brasileiro?

A contratação do ex jogador e ainda atual presidente do Mogi mirim, Rivaldo, deveria propagar uma discussão sobre a ética e comportamento dentro do futebol Nacional. Diante do fato, não seria exagero algum ensaiar um coro de falta de credibilidade e responsabilidade dos envolvidos, inclusive a Federação responsável, porém, tal discussão deve-se partir de outros princípios e pontos de vista.

 Independente do motivo que levou Rivaldo a presidência do Mogi mirim, a falha de posicionamento dele é inegável, porque digo isso, pois se usufruindo da imagem mundial e nome de peso que carrega o jogador  pode ter usado todo seu poderio mercadológico apenas para atrair patrocinadores e marketing ao clube nesse inicio de ano, porém isso não alivia a falha dele na linha tênue da ética, diferente do que foi exposto por ele no seu twitter oficial, o jogador deveria zelar pela sua credibilidade e se afastar temporariamente da presidência do clube em questão durante o tempo que defende os interesses do adversário, isso seria algo simples,porém  o mais correto, moral e ético a se fazer.

A Fifa, em seu regulamento geral, proíbe este tipo de “conflito de interesse”, porém devemos nos ater, primeiramente, às normas do regulamento do Campeonato Paulista, e mais ainda, da norma desportiva nacional, até mesmo pelo respeito à soberania nacional.Como conseqüência, a Fifa não vai ter interesse direto em interferir nesta situação, e sim esperar um posicionamento primário da Federação Paulista de Futebol e da Confederação Brasileira de Futebol.

Não existe no país nada que o impeça de tal ato, o que existe, é simplesmente a desmoralização dos dois contratos em questão, exatamente, foram dois contratados porque de acordo com o presidente Rivaldo o Mogi Mirim acertou uma parceria com o São Paulo, tal parceria ainda não foi divulgada e pelo teor de tal ato nem deve ser, porém pode-se imaginar que a partir de agora toda redução de plantel ou empréstimos de garotos sem experiência devem ter mais um caminho facilmente trilhado.

Além disso, como foi disposto o contrato trabalhista do Rivaldo em seu novo clube? Para romper com seu contrato de um ano com o clube do interior, o clube recebeu a multa rescisória? Se isso não ocorreu, o Rivaldo jogador lesou o clube que é presidido por ele mesmo. Ou será que ele não recebia salários pelos dois cargos que reunia no Mogi Mirim? E o mais básico, se para a “alegria” do Rivaldo seu clube avançar para as oitavas e enfrentar o gigante São Paulo, como seria o comportamento do Rivaldo? 

Em relação ao São Paulo Futebol Clube, este sim, está isento de qualquer tipo de responsabilidade, pois simplesmente contratou um atleta para o seu elenco, e a condição extra-campo do atleta só diz respeito ao próprio.Vale se ressaltar que para o atleta Rivaldo, esse contrato é sensacional, porém tem que se verificar também o lado presidente, aonde tal ato é catastrófico até pela verificação mais infantil e óbvia, pois o exemplo que ele deu a seus “comandados” ao abandonar o seu clube em meio à disputa do Campeonato Paulista, o presidente/jogador rompe com a confiança de seus jogadores,comissão técnica, funcionários e, também, abre como já falado, uma séria discussão ética.

Uma pena que o debate da ética no esporte seja tão mínimo. Porque surgiu uma grande chance de debatermos até onde vai o limite do correto nesse caso.